Partilhar o sonho (01Setembro2007) .......Ver nascer a realidade (12 Abril 2010)
Deve ser uma tristeza, um “inferno”, viver sem sonhos. Pior mesmo, só passar pela vida sem capacidade de sonhar. Não me refiro a sonhos comezinhos, quimeras triviais, do tipo das que basta “estar parado”, crer, esperar sem nada fazer, pois de tão banais que são, será só uma questão de tempo o assistir à sua realização. Aludo isso sim, a sonhos amplos, aos sonhos que alavacam visões rasgadas, àqueles sonhos que muitos apelidam de utopias, e que, até, por vezes, durante muito tempo não passam disso mesmo: utopias! Sonhos que, é verdade, nem sempre se realizam, mas aquando da sua concretização “enchem a alma” e fazem transbordar de alegria os que ousaram sonhar, bem como também fazem esquecer as dificuldades, que sempre existem, e muito consomem, quantos se empenham em transformar o virtual em realidade palpável.
Estes sonhos, os grandes sonhos, os sonhos que assinalam a sua concretização muito antes desta ser visível a muitos, têm pelo menos três importantes momentos:
Primeiro. O sonhar propriamente dito. Uma ocasião descrita por António Gedeão em poema que para além de oferecer título a este texto, entre o muito mais, ensina-nos também isso: “quando o homem sonha / o mundo pula e avança / como bola colorida / nas mãos de uma criança”.
Segundo. O de lutar tenazmente pela concretização do sonho. Momento muito bem retratado num outro poema, lírica popularizada também pela voz do Padre Fanhais, cantando: “vem, vamos embora / esperar não é saber / quem sabe faz a hora / não espera acontecer”.
Terceiro. O assistir à realização do sonho (o que nem sempre acontece). É este o melhor momento, o mais gratificante, aquele em que os que passaram pelos dois anteriores – e só estes –, umas vezes alimentando a esperança que outros tentaram derrubar, outras, não menos significativas, cerrando dentes e fileiras por forma a ultrapassar os obstáculos e contratempos surgidos, podem, por fim, tactear, sentir, e continuar a sonhar, sim, mas agora já com o fruir do sonho que ajudaram a realizar.
Foi um destes momentos que se viveu, quase que por acaso, recentemente. E conta-se em poucas palavras:
Na passada quinta-feira, terminada que estava mais uma longa sessão de trabalho do grupo “Santa Clara – Vida Nova”, os últimos a dispersar, respondendo ao apelo de uma noite que a isso convidava, fizeram uma breve visita ao “Jardim Padre Fernando” que já está em adiantada fase de conclusão: Já lá estão montados alguns dos equipamentos de diversão infantil. Às poucas árvores, algumas seculares, que resistindo ao aterro se transformaram no pouco que restou da “Mata da Doca”, foram acrescidas largas dezenas – se não mesmo centenas – de outras. É imenso, contando-se aos milhares, o número de plantas e arbustos no entretanto ali plantados. Mas, é a qualidade do projecto, o bom gosto, o ar limpo e arejado que aquele local agora apresenta, aquilo que mais simboliza a marca da “nova” Santa Clara com que “Santa Clara – Vida Nova” soube sonhar.
Pode haver quem já não se lembre, mas há também quem não esqueça que há pouco mais de três anos aquele espaço mais não era do que uma “sala de chuto” ao ar livre, na sombra de araucárias, protegida dos olhares por moitas de silvas, recebendo dezenas de visitas por dia. “Sala de chuto” onde já nem faltavam, por perto, também camufladas entre silvados e arbustos, as barracas e outros abrigos clandestinos que estes lugares costumam atrair.
Estes sonhos, os grandes sonhos, os sonhos que assinalam a sua concretização muito antes desta ser visível a muitos, têm pelo menos três importantes momentos:
Primeiro. O sonhar propriamente dito. Uma ocasião descrita por António Gedeão em poema que para além de oferecer título a este texto, entre o muito mais, ensina-nos também isso: “quando o homem sonha / o mundo pula e avança / como bola colorida / nas mãos de uma criança”.
Segundo. O de lutar tenazmente pela concretização do sonho. Momento muito bem retratado num outro poema, lírica popularizada também pela voz do Padre Fanhais, cantando: “vem, vamos embora / esperar não é saber / quem sabe faz a hora / não espera acontecer”.
Terceiro. O assistir à realização do sonho (o que nem sempre acontece). É este o melhor momento, o mais gratificante, aquele em que os que passaram pelos dois anteriores – e só estes –, umas vezes alimentando a esperança que outros tentaram derrubar, outras, não menos significativas, cerrando dentes e fileiras por forma a ultrapassar os obstáculos e contratempos surgidos, podem, por fim, tactear, sentir, e continuar a sonhar, sim, mas agora já com o fruir do sonho que ajudaram a realizar.
Foi um destes momentos que se viveu, quase que por acaso, recentemente. E conta-se em poucas palavras:
Na passada quinta-feira, terminada que estava mais uma longa sessão de trabalho do grupo “Santa Clara – Vida Nova”, os últimos a dispersar, respondendo ao apelo de uma noite que a isso convidava, fizeram uma breve visita ao “Jardim Padre Fernando” que já está em adiantada fase de conclusão: Já lá estão montados alguns dos equipamentos de diversão infantil. Às poucas árvores, algumas seculares, que resistindo ao aterro se transformaram no pouco que restou da “Mata da Doca”, foram acrescidas largas dezenas – se não mesmo centenas – de outras. É imenso, contando-se aos milhares, o número de plantas e arbustos no entretanto ali plantados. Mas, é a qualidade do projecto, o bom gosto, o ar limpo e arejado que aquele local agora apresenta, aquilo que mais simboliza a marca da “nova” Santa Clara com que “Santa Clara – Vida Nova” soube sonhar.
Pode haver quem já não se lembre, mas há também quem não esqueça que há pouco mais de três anos aquele espaço mais não era do que uma “sala de chuto” ao ar livre, na sombra de araucárias, protegida dos olhares por moitas de silvas, recebendo dezenas de visitas por dia. “Sala de chuto” onde já nem faltavam, por perto, também camufladas entre silvados e arbustos, as barracas e outros abrigos clandestinos que estes lugares costumam atrair.
Felizmente já não é assim. O pérfido tornou-se benéfico. E não é sonho, é realidade!
A.O. 13/04/10; “Cá à minha moda"