Ocorre ao longo do dia
de hoje, a propósito do 49º aniversário da criação da Bandeira das Canárias (a tricolor
com sete estrelas que aglutina diversas tendências independentistas canarinas, pavilhão
também parcialmente “adaptado” via Estatuto Autonómico, em 1982, substituindo-lhe
as estrelas por um escudo encimado pela coroa real espanhola), mais uma manifestação
a favor da Independência das Canárias. Quer esta quer as actividades
político-culturais que se lhe seguem têm lugar em Aguere, local histórico e emblemático
para o independentismo canarino, simbolismo que ficou recentemente acrescido com
o facto de lá ter sido subscrita a “Declaración de Aguere” (28/06/2013), pela
qual diversas organizações políticas independentistas firmaram em acordo constituir
e colocar em funcionamento o Conselho para a Descolonização e Transição, preparando
o advento do Estado Livre, Democrático e Soberano Canário.
Há muito a aprender com
as Canárias, desde logo no conseguir levar o Estado Português a aceitar a
existência de partidos independentistas, única forma de lutarmos, no terreno e democraticamente,
pela Autodeterminação dos Açores!
Desde 1993 que os
destinos das Canárias, tal como os de muitas das suas autarquias, são dirigidos
pela Coligação Canária (CC), agregação de diversos movimentos abrangendo um amplo
espectro ideológico: desde os explicitamente independentistas até outros mais
moderados que defendem o federalismo dentro da Espanha, passando por movimentos
regionalistas, simplesmente autonomistas, até conservadores, mas todos canarinos.
Bem vistas as coisas, nada que
nós, açorianos, já não tivéssemos experimentado: foi com partidos açorianos e uma
“aliança de lato espectro” que se venceu a primeira grande batalha em prol da
Livre Administração dos Açores pelos Açorianos (1895) e, se é certo que Salazar
e a Ditadura por si patrocinada se encarregaram que destruir este capital
político, estranho é que, depois de um período de Democracia, que conta já quase
tantos anos quantos os da Ditadura, seja uma Constituição dita democrática o
que nos impede de pacificamente lutar pela emancipação que esta mesma
Constituição reconhece a outros, mas não a nós!