sábado, maio 24, 2014

Duplamente ocupados e sujeitos


No mesmo dia em que os portugueses vão a votos para o Parlamento Europeu, os Bancos Centrais Europeus, parte responsável no que tem acontecido e muito interessada no que venha a acontecer, estão em Portugal a conferenciar num mediático e interesseiro conclave já comummente apelidado de “Cimeira da Troika”. Logo se saberá, embora já se adivinhe, o que depois irão dizer. O que sabemos – provam-no as recorrentes intervenções de Durão Barroso, Mario Draghi e Christine Lagarde – é que, como parte interessada que são, pelo menos desvalorizar e neutralizar a seu belo prazer o resultado que venha ocorrer, isto eles se encarregarão de fazer! “Os senhores da Troika” podem tudo, até “dar show” em dia de eleições usado temas que, de uma ou de outra forma, estão directamente relacionados com o acto eleitoral a decorrer. É que, mesmo que digam o contrário, é claro que pretendem influencia-lo (como já fizeram e farão até ao último momento). Não há problema; “Tá tudo legal”, já disseram. Um “legal” que não seria, como o passado o comprova, tratando-se de um grande espetáculo (até de simples jogos de futebol)!
Ocupado e sob vergonhosa sujeição é como Portugal se encontra – e nós, Açores, por arrasto! Uma sujeição que é tanto ou mais medonha quanto os “Migueis de Vasconcelos” de agora, tantos são que faltam armários para todos eles se esconderem, até se dão ao desplante de comparar uma data fictícia (17/5/14) com o 1º de Dezembro de 1640. Comparação por comparação; defenestremo-los. E já agora também às “Duquesas de Mântua”! Uns e outros atirados pela janela fora dariam algum alívio. Não que se vislumbre melhorias com a mudança, mas, e porque uma verdadeira solução só virá de grandes transformações no “Império Europeu” a que nos submeteram (sem pedir opinião nem dar cavaco), “enquanto o pau vai e vem folgam as costas”!

E nós por cá, coitadinhos, acomodados e já viciados com as migalhas com que nos vão “domesticando” – só o que os amigos dos “Migueis de Vasconcelos” e das “Marquesas de Mântua” consumiram em BPN’s e PPP’s, bem aplicado, que enorme AUTONOMIA construiria –, cá “vamos cantando e rindo”, e levando por tabela. Até um dia!

A.O. 24/05/2014; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado) 

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