A opinião de José San-Bento
sobre a Independência dos Açores, que há muito conheço, é respeitável – tal
como, espero, por ele seja considerada a minha. São opiniões! Diferente é a
consistência da causa “Independência dos Açores”: mais que centenária, ao longo
dos tempos autonomicamente adiada, mas que não é, nunca será, “causa perdida”!
Causas perdidas, diziam
os “senhores do antigamente”, seriam as independências das antigas “províncias
ultramarinas”. Como se viu, deixaram de ser (um dia o mesmo acontecerá com a
das “ilhas adjacentes”). Já mais recentemente, causa perdida, diziam outros, muitos,
seria ver o Governo dos Açores “nas mãos de socialistas”. Como se vê, também
aconteceu! As causas, todas elas, só estão perdidas quando não se luta por elas.
Se há vontade de as não perder; gente disposta a por elas lutar, um mínimo de inteligência,
organização e persistência, não há causas perdidas: mais década, menos década;
mais século menos século, são ganhas!
De
volta ao escrito de JSBento há a referir que pelo menos num ponto estamos de
acordo: dispensava-se, até por uma questão de credibilização da causa, repetir os
prés anúncios de Independência (também já defendi o “Independência Já”, mas isso
vai para quarenta anos. Nada nos ensina tanto como o tempo: é só querer
aprender!). Quanto ao resto estamos em completo desacordo. Há ali muito erro e alguma
superficialidade, com a referência à “tertúlia dos românticos intelectuais” sendo
disso bom exemplo. Além do muito mais, ao contrário do que foi escrito, naquela tertúlia nem todos
são independentistas. Calculo até que no grupo a percentagem dos
independentistas (1/3) não deva estar longe do que acontece, agora, em geral
nos Açores. A grande diferença é que ali, ao invés do que se passa numa
sociedade condicionada pelos ditames da “democrática” Constituição Portuguesa,
o tema Independência não é tabu, nem proibido! Logo, fica o exemplo de que, não
fora a “democrática” CRP (que impede partidos políticos pró independência), fácil
seria – não obstante os 40 anos de desvantagem – aproximar o número de
apoiantes “da causa” do número de apoiantes do PS/A ou do PSD/A, onde também
não faltam independentistas!A.O. 05/07/2014; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)
http://www.acorianooriental.pt/artigo/a-causa-independencia