domingo, julho 20, 2014

Dois Jotas

Não, este texto nada terá a ver com “jotinhas” ou com os “jotas” que após marcar passo uns anos nas organizações partidárias de juventude, como que por artes mágicas, passam de “jotinhas” a primeiro-ministro ou mesmo, que seja, a candidatos a primeiro-ministro!
Os Jotas que hoje para aqui trago são outros. São Jotas que, atafulhado como ando de novo em “papéis velhos”, ao relê-los, como que recuei mais de quatro décadas, recordando as leituras dos jornais que fazia em tempos de meninice e juventude, em especial das secções desportivas dos diários de então. Refiro-me ao Jota Valadas Júnior e ao J. JOTA. Se do primeiro, embora senhor de um histórico de presenças em jornais bem mais longo, remontando mesmo quase ao tempo do juntar das minhas primeiras letras, além dos extensos e detalhados relatos escritos dos jogos do fim-de-semana – com uma ou outra pertinente polémica de permeio – o que mais recordo foi a sua eficácia em se “esconder” por detrás daquele pseudónimo; já quanto ao segundo, do J. JOTA daquilo que não me esqueço – além da proximidade, antes como agora, já que também é santaclarense e santaclarista (de e do Santa Clara, como se dizia) – era da sua indisfarçável preferência pelo “Santa Clara”, do seu gosto e abordagem de outras modalidades, e que o seu pseudónimo para mim nada encobria. Recordar o J. JOTA destes tempos é também recordar o seu Ford Cortina GT, e, regressando aos “papéis velhos” que nestes dias me atazanam, recordar também a sua capacidade de premunição quando, como “enviado especial” a um “Rally Papper” à Ilha Lilás, vaticinou, dada a capacidade organizativa que testemunhou, a chegada para breve do automobilismo mais a sério àquela ilha.
Um destes dias, discorrendo ambos sobre estas minhas mais recentes incursões pelos jornais das décadas de cinquenta, sessenta e setenta, o J. JOTA emprestou-me um volume – dedicada de carinhosamente selecionado e encadernado – através do qual, sem correr o risco de agravar as alergias “ao pó dos papéis velhos”, reli com mais descanso a quase totalidade das suas colaborações com o então diário “Açores”. Retive e anotei – mas fica para outra – uma interessante entrevista ao "Zé Manél" Costa Pedro. Bons tempos!

A.O. 19/07/2014; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)