Há ocasiões em
que me lembro imediatamente de Manuel Ferreira, em especial o seu “O ALEVANTE
DA ISCA”, sem nunca me cansar de transcrever passagens como: “Lisboa só nos mandava daquelas encomendas!”
/ “Qual autonomia, nem meia autonomia?
Nem na nossa casa uma pessoa manda!”.
Vem isso a
propósito do último “Prós e Contras”, programa que nos seus tempos áureos
praticamente nos ignorou, mas agora, desgastado no formato e degradado nas
audiências, tal como a maioria dos circos e/ou bandas POP nas mesmas
circunstancias, vê fora da “Capital do Império” – no caso, numa das últimas
colónias – o modo de ganhar folgo e sobrevivência. Valha-nos que, como quase
sempre, nem tudo foi mau. As intervenções do Presidente do Governo dos Açores, em especial a de abertura,
roçaram o brilhantismo (viu-se que se preparou bem), dando boa imagem do
próprio, do cargo e dos Açores. O mesmo se pode dizer da intervenção do Ex
Reitor da Universidade dos Açores, Prof. Dr. Machado Pires, cuja “lição” foi também de grande nível.
Não obtendo a minha total concordância, há também que considerar as mensagens
do Dr. Álvaro Monjardino (sempre inteligente, mas estou cada vez mais
impenetrável ao seu discurso bairrista e português/dependente), em especial
quando recordou que os portugueses nos deixaram aqui, só de nós se lembrado
para, depois, virem cobrar impostos; ou quando comparou o alargamento do
território marítimo – do nosso mar: o Mar dos Açores – ao “Mapa Cor-de-rosa”,
chamando a atenção para a necessidade de o ocupar (para Álvaro Monjardino, de forma
portuguesa/dependente, para mim, cada vez mais sob nosso – dos açorianos – exclusivo
controlo!).
De resto foi o resto (que
mal ficaram outros bairristas!? / E que dizer do cenário montado em Angra?). Excluindo, claro, a referência ao
Dr. José de Almeida e com ela, implicitamente ao processo de total emancipação
dos Açores, que continua actual, não uma “estória” com 40 anos, como foi
referido. Mesmo que convidados à última da hora e após vários recados
(alguns muito directos), estavam presentes independentistas. Foi pena que, sobre
o assunto INDEPENDÊNCIA, não lhes fosse dada a palavra, ao invés de sobre este assunto ela ter sido
atribuída ao congressista açor-americano Tony Cabral: isto sim, no mínimo, merecia um protestativo vigoroso agitar
de bandeiras: das nossas!
AO. 20/12/2014; “Cá à minha moda" (revisto e acrescentado)