quarta-feira, agosto 31, 2005

Santa Clara - Vida Nova III


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17 horas de 31 Agosto de 2005.

Já está dado mais um passo; foi publicamente apresentada a lista de cidadãos eleitores:

SANTA CLARA - VIDA NOVA.

Dificilmente poderia ter sido melhor.

Começou a caminhada. Muito obrigado pelo apoio dispensado.


terça-feira, agosto 30, 2005

Apagar fogos


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Incêndio florestal, e outras fotos do meu album.


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Paulo Morais na primeira pessoa;
Recortes da "Visão" de 25 Agosto 2005




Remediar, porque não se preveniu adequadamente, é cada vez mais uma regra. É como se o “apagar fogos” – aqui, para além dos florestais, podem também ser os ateados na gestão do clube do coração ou na execução e/ou alteração dos planos directores do município onde se vive –, um trabalho pontual, quase uma aventura, tenha entretanto ganho estatuto de rentável actividade económica; apetecível “nicho de mercado” que muito embora a delapidação do bem comum e o prejuízo colectivo a que sempre está associado, para alguns, é tido como autêntica oportunidade de negócio, quando não mesmo, uma oportuna ocasião para exibição.
Seria mais racional, mais simples, e incomparavelmente mais barato, investir na prevenção; “prevenir para não remediar”.
Mas não; é o “apagar fogos” aquilo “que está a dar”, bastando apenas o cair das primeiras chuvas para que um lamentável e recente passado ser tido como pouco mais do que um pesadelo. E... tudo recomeça na época seguinte como se nada tivesse acontecido!
Faz lembrar “o futebol”, e aqueles dirigentes que entram em “black out” – ou fogem de cena – quando o cenário não está de feição, para logo reaparecerem, com aparato, ao primeiro resultado “menos mau”, ou até – dependendo do desespero – perante uma simples expectativa mais optimista!
O dramático é que resulta. Ou melhor; vai resultando, sobretudo enquanto se mantiver a regra do anestesiar a memória e “saltar em frente”.
Fica no entanto – não o conseguem “apagar” – o medonho rasto da desgraça, para mais, envolto num tão denso quanto sufocante cheiro a “terra queimada”.
Pois é. Este não desaparece. Bem pelo contrário; permanecerá!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Crónicas do Aquém

terça-feira, agosto 23, 2005

Betoneiras


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Ilustração "roubada" aqui na "Galeria dos Horrores".


Não obstante a crueza dos indicadores mais óbvios; o decréscimo demográfico (as “honrosas” excepções, que as há, só são conseguidas à custa da desertificação circundante); ou a espiral de fogos oferecidos para venda, continua sendo - para além das sempre oportunas “festanças” -, o betão, a especial oblação feita ao “deus eleitor”!
Ordenar, reabilitar, melhorar as condições de utilização e usufruto do construído, assim como de circulação – sobretudo para peões – nas zonas “pré-modernas”, parece tarefa menor. Claro; tem menos visibilidade, dá menos notoriedade, e – esta é que é esta! - não proporciona negócios de grande monta; é como se estivesse em disputa o “Campeonato da betonagem”!
Vivemos – diziam-me recentemente – numa “democracia feudal”. Bem pior do que isso – acrescento – já que os actuais Senhores(as) usam dos sortilégios da democracia, e não os seus bens, para montar e manter “as cortes” que os apoiam. Se diferenças há, são só ao nível dos meios bélicos utilizados; cavalos, cavaleiros e pesadas armaduras, foram substituídos por festas, inaugurações, cartazes, e disputas para aparecer nos jornais e na TV. Isto, claro, para além do mais básico.
E, não fosse haver sempre o dia em que a criatura e criador se confrontam (estou a lembrar-me especialmente de “Lady Fátima”; de Felgueiras, “Sir Valentim”; de Gondomar, “Sir Isaltino”; de Oieras, ou “Sir Avelino”; de Marco e Amarante), quase nem damos conta do quanto eles tomam conta!
Mas atenção, de pouco serve distrairmo-nos com o que se passa lá fora; olhemos à nossa volta!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Crónicas do Aquém

quinta-feira, agosto 18, 2005

A quem puder ajudar


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Esta é uma foto que em tempos (cerca de 3 anos) me ofereceram. Quem o fez - uma senhora de nascida em Santa Clara e então ainda lá residente - não soube dar nenhum tipo de detalhes sobre a mesma.
Parece-me ter sido tirada no Campo de Futebol da Mata da Doca, neste caso, os atletas estariam voltados de costas para a "Mata de Cima", com os plátanos que sempre conheci grandes (os plátanos crescem rápido) ainda numa fase inicial de crescimento.
Identificar uma única pessoa permitirá facilitar o reconhecimento das outras, assim como ajudar a datar a foto (será o Sport Club Santa Clara; os brancos? Neste caso a foto só poderia ter sido tirada entre Março de 1927 e Junho/Julho de 1931. Ou será que é uma equipa comtemporânea - e adversária - do Pirata Negro, e neste segundo caso, o atleta com a "piratinha" na cabeça bem pode ser o mesmo que aparece depois na equipa do CDSC 1945?) .





Todas as colaborações são bem vindas!

terça-feira, agosto 16, 2005

Sorte à Vara

Tenho um amigo com um percurso profissional semelhante ao do Armando Vara, também como ele, tardiamente recém-licenciado, porém não apadrinhado!
Tal como Vara, o meu amigo foi toda a vida – embora, ao invés do “sortudo”, em exclusividade quase absoluta – funcionário de uma das maiores empresas públicas. Para mais, a “sua ficha”, ao longo dos cerca de trinta anos de serviço, regista uma exemplar assiduidade. Isto até mesmo durante o período em que, como trabalhador estudante, foi obtendo a sua licenciatura; em direito registe-se!
Tal como Vara – mas com maior dedicação à empresa empregadora do que o “afortunado” servidor da res pública –, também o meu amigo exerceu funções políticas. Porém não remuneradas. O que, em condições “normais”, este sim, deveria ser factor preferencial para a obtenção de algum privilégio público.
Ao contrário de Vara, e talvez porque sempre se recusou em filiar num dos partidos que partilham o poder, o meu amigo sabe não lhe esperar nenhum “professional happy end”. Bem pelo contrário, nem o sindicato – a que tanto se dedicou – lhe consegue evitar a provável humilhação de uma prateleira em fim de carreira!
Resta acrescentar – só por curiosidade – que o “patrão” do meu amigo é aquele que, ultimamente, mais tem contribuído para que José Sócrates, o “nosso primeiro”, cumpra uma das suas promessas. Sim, aquele benemérito grupo empresarial que já empregou os filhos de Sampaio, Guterres, Edite, Marcelo e muitos outros que tais!
Salto à vara para os amigos de uns, sorte madrasta para os outros!
Do próprio. In Açoriano Oriental/Crónicas do Aquém

domingo, agosto 14, 2005

O PIRATA NEGRO


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Foto cedida pela Lúcia Cabral durante esta sua ultima visita a S. Miguel. Vem substituir uma outra que tinha - relíquia cedida pelo Mestre Artur "Garalha" - já muito danificada pelo tempo e pelo uso(passou longos anos dentro de uma carteira), porém a única, até aqui, divulgada!

Da esquerda para a direita:
Primeiro Plano:
Artur Garalha, José Valentim, Fernando Madeira, Benjamim (da tia Branca), Antero Teves.
Segundo Plano:
Manuel Albano, Silvério Raposo, José Botelho, Norberto Medeiros, Manuel Cristiano, Fernando Ferreira, Manuel Moniz.

Não foram fáceis, também aqui nos Açores, os tempos da "2ª Grande Guerra". Dificuldades que, naturalmente, também afectaram a prática do futebol chegando mesmo a colocar em risco a continuidade da AFPD. Não só a prática do futebol oficial esteve suspensa (Nov1942/Março 1945), como ainda a própria Associação, para sobreviver, estabeleceu-se - a título gratuito - numa das salas da sede do Clube Desportivo Santa Clara, ali funcionando entre Dezembro de 1944 e Julho de 1947.
Porém, em Santa Clara, o futebol não suspendeu a sua actividade.
Tal como acontecera ainda muito antes da criação da Associação de Futebol, reapareceu o "futebol das lojas", sendo o PIRATA NEGRO, sediado na "loja do José Vicente" e com prática regular de 1943 a 1945, o seu expoente máximo.
Só após a inauguração do "Jácome Correia" o futebol oficial retoma normalidade. A equipa que o CDSC apresenta para o campeonato da época de 1945/46 teve por base o PIRATA NEGRO. De pouco lhe valeu o já tradicional valor dos atletas da localidade bem como a sua continuidade na prática da modalidade. Outros clubes, então reforçados com "os soldados de Lisboa", dominaram por aqueles anos.
Só no fim da década de quarenta o Santa Clara regressa às vitórias no Campeonato da AFPD, e, como "não há bela sem se não", é a eforia dos títulos (1948/49; Campeão muito antecipado na categoria de Reservas e renhidamente decidido em Primeiras Categorias), sobretudo o de primeiras categorias que estava já desde há alguns anos arredio do clube, aquilo que acaba dando origem à "farsa do 31 Janeiro de 1921". A "infantilidade" (tão cordato que estou hoje) que tanto teimam em fazer perdurar.


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Formação do CDSC que reinicia a prática do futebol associativo após a interrupção 1942/1945. Como facilmente se dá conta, são vários os elementos comuns nesta equipa e na do PIRATA NEGRO.

É o fenómeno "Futebol das Lojas" que dá origem em Outubro de 1922 ao Santa Clara Foot-ball Club (Out. 1922 até Mar. 1927), clube fundador da Associação de Futebol de S. Miguel e que precedeu o Sport Club Santa Clara (Mar. 1927/Jun1931), e, ambos, o próprio Clube Desportivo Santa Clara (21 Junho de 1927). Este "fenómeno" esteve sempre mais ou menos presente enquanto existiu o "Campo da Mata da Doca", e, para além do PIRATA NEGRO (1943/45) , já nos "nossos dias" (finais da década de 60???), ainda origina os aguerridos campeonatos entre as equipas; O Calço, as Cancelas e o Farol!

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"Cancelas" - sediada na "loja do Capinha"
Da esquerda para a direita:
Primeiro Plano:
João Manuel "Capinha", Gualberto Pereira, João "Bermudas", Juliano Moniz, José Manuel Pereira e Emanuel Pavão.
Segundo Plano:
Srs. Liberal, Laudalino e João Carlos "enfermeiro" (dirigentes e organizadores), João Luís "Dadinho", José Manuel "Alfaite", José Manuel "Panela", Virgínio Raposo e António José "Bogueta".
Nota: Se alguém tiver fotos das outras equipas (Calço e Farol) e as quiser disponibilizar, nem sabe o quanto agradeço.

terça-feira, agosto 09, 2005

Santa Clara - Vida Nova II


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Vista aérea de Santa Clara em meados da década de 50 do século XX, com a "Mata da Doca", e o recorte da costa (a "Ponta Delgada", o "Calhau da Areia" e a "Entrada"), muito próximo do que sempre foi.


Sem – ao menos até agora – conseguir ficar à margem do rebuliço eleitoral que já se faz sentir em Ponta Delgada, vão finalmente acontecer as primeiras eleições para Freguesia de Santa Clara.
De facto, SANTA CLARA – em 1580, por mando do Bispo D. Pedro de Castilho; a terceira freguesia de Ponta Delgada a ser criada –, após a sua “pia baptismal” e sede de paróquia ter circulado por diversas ermidas, capelas e igrejas, cerca de 1728 perdeu para S. José o estatuto de Freguesia, passando a ser desde então o singelo curato que o Padre Fernando Vieira Gomes encontrou quando 1949 ali chegou.
O Padre Fernando, o mesmo que, desde 1956, foi um dos mais acérrimos defensores da elevação de Santa Clara a Freguesia!
Tal como aconteceu no tempo da ditadura, também nos primeiros vinte anos de democracia, por via da quase absoluta hegemonia de uma só força partidária, os ancestrais anseios da população de Santa Clara sempre foram ignorados!
É pois com pena que se assiste, após enumeras e insistentes tentativas, à impossibilidade de, nesta PRIMEIRA disputa eleitoral, ver repetida uma plena conjugação de esforços, como aquela que se verificou na votação, unânime e aclamada, obtida pela proposta que o PCP entregou em 2001; origem formal da criação da freguesia.
Tal como então, reforçar do esforço fundacional de Santa Clara, mais do que justificava remeter para segundo plano os mesquinhos interesses partidários, agora e sempre, muito empolados.


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O pouco que sobra da "Mata da Doca", e os esgotos, entulho e lixo agora existentes no local onde, muito possivelmente - segundo Gaspar Frutuoso - varavam "(...) seus batéis por alguns dias, nos quais, fazendo salga neles(...)" aqueles que de Vila Franca vinham à caça dos porcos monteses "(...)além da cidade da Ponta Delgada, para aquela banda de Santa Clara, até a casa de Francisco Ramalho (...)".

"É de meter dó!"

Do próprio. In Açoriano Oriental/Crónicas do Aquém

quinta-feira, agosto 04, 2005

É d'HOMEM, SIM SENHOR





Cheguei aqui via CHÁ VERDE (PURO), que, respeitosamente, (re)transcrevo:

P. Defínase, por favor.
R. Soy un catalán de izquierdas independentista y no nacionalista. ¿Qué quieren los españoles? Que España siga siendo independiente. ¡Pues yo lo mismo! Que Cataluña sea independiente y tenga una sociedad más justa y más bienestar, cultura y equilibrio. En el siglo XXI, el Estado-nación no existe, no hay fronteras ni monedas... Lo que no decida Bruselas debemos decidirlo nosotros, no Madrid.
P. Pero ahora que las naciones no son lo que eran...
R. ¡Los Estados no son lo que eran! Europa vive dos procesos: cada vez más mundo, cada vez más Estados. Si la UE no nos admite como nación, seremos Estado.
E, claro, subscrevo na integra.

terça-feira, agosto 02, 2005

Coisas da terra


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Finais do século XIX; Uma companhia de seguros, uma fábrica de cervejas e uma instalação de enchimento de água. Isto tudo, e muito mais, sem UE nem "caça" ao tesouro dos subsídios públicos.

Alguém, com conhecimento próximo da causa, um dia, contou uma “estória” que jamais esquecerei:
Na Córsega, onde é grande o estímulo ao consumo dos produtos locais, um comerciante – português por sinal – entendeu “dar a volta ao esquema” comprando por “vias e travessas”, em França, produtos que daquela forma lhe proporcionavam maiores mais valias.
Duas vezes foi avisado, à terceira, o restaurante sofreu “um acidente”!
A “estória”, tal como a conheço, parece-me exagerada. Mas não deixa de me obrigar a pensar no quanto, nós, açorianos, nos tornamos comodistas, carentes de orgulho e brio. Pudera. São dezenas de anos de anestesia e suborno da nossa auto-estima, um tal facilitar o “amansar” dos “porcos monteses” que já fomos, agora “marrões de criação” com ração e “lavagem” farta na pia. Um dia, quem sabe, ainda seremos “porquinhos de estimação”; daqueles que agora, muito lavadinhos e perfumados, se usa trazer pela trela!
Tempos houve em que estranhávamos que até as batatas tivessem de ir, de avião, de S. Miguel para Santa Maria. Agora, quase nem damos conta que até os tomates e grelos tenham de atravessar o atlântico para chegar à nossa mesa!
E a água? A muita que se desperdiça para que outra tanta se importe!
E os aterros sanitários? Que já não comportam o “disparo” de embalagens não reutilizáveis com que nos entulham?
E nós – “tal asnos” – sempre fingindo que estas facilidades, como se fossem fruto de um “milagroso progresso”, serão eternas.
São, mas é, as “prendas de pai natal” com que nos “enrolam”!
A moeda própria que, vinda também de entanho, não conseguiu resistir a Salazar.
Créditos: Todas estas imagens foram reproduzidas a partir do I Volume do Livro de Manuel Ferreira; AÇORES. Origens, Raízes e História.
Do próprio. In Açoriano Oriental/Crónicas do Aquém